Líderes do governo e da indústria em MG se reuniram na última sexta feira para discutir perspectivas e desafios para 2020
Por AMIF
A necessária desburocratização para o desenvolvimento do setor de florestas plantadas em Minas Gerais foi um dos temas discutidos durante o Timber Talks 2020, evento promovido pela Associação Mineira da Indústria Florestal (AMIF), com o objetivo de debater as principais tendências, perspectivas e desafios do setor de florestas plantadas para este e os próximos anos. O setor que produz madeira de origem rastreável, segmento com forte potencial em MG, é um dos principais vetores da retomada do desenvolvimento do Estado, segundo os especialistas que debateram no evento.
Como alternativa para agilizar o processo de licenciamento ambiental, tornando-o mais simples, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (SEMAD), Germano Vieira, um dos palestrantes do evento, enfatizou a importância da criação de um planejamento setorial. “Vamos trabalhar junto à AMIF para desenvolver este plano setorial, que deverá tratar as questões macro da atividade. Com ele, todas as premissas ambientais serão previamente avaliadas, cabendo ao licenciamento apenas questões mais específicas”, explicou e secretário, que aproveitou para enfatizar a relevância da indústria florestal para o Estado: “a base florestal plantada tem, além dos benefícios ambientais, importante papel socioeconômico, uma vez que, ao recuperar áreas degradadas, gera emprego e renda”.
O Timber Talks, que aconteceu em Belo Horizonte e reuniu líderes do Governo Estadual, do setor florestal e da agroindústria, contou, ainda, com palestras do assessor especial do Governo de Minas Gerais, Cel. Guedes; do ex-governador do Espírito Santo e presidente da Indústria Brasileira de Árvores (IBA), Paulo Hartung; da presidente da AMIF, Adriana Maugeri e de outros convidados especialistas. Além dos debates setoriais, Hartung enfatizou suas leitura e perspectivas para a economia brasileira: “O crescimento esperado para a nossa economia ainda está em um ritmo bem lento, muito aquém do esperado e projetado, mesmo com este cenário o setor ainda anunciou mais de 32 bilhões em investimentos até 2022.
A AMIF representa a indústria de base florestal de Minas Gerais. São empresas que cultivam árvores de várias espécies com a finalidade de fornecer madeira para o mercado de forma renovável e sustentável. Juntas, as empresas associadas da AMIF somam mais de 800 mil hectares de plantios florestais.
Para Maugeri, o encontro reforçou as projeções otimistas para os próximos anos. “Estamos bem alinhados com a secretaria de Meio Ambiente, a Fazenda Estadual e a Secretaria de Agricultura, principalmente. O governo entende a importância do setor para o desenvolvimento do Estado e não tem medido esforços para nos ajudar. Apesar de reconhecermos que a caminhada é longa, sabemos que a urgente flexibilização do processo de licenciamento representará um grande avanço”. Durante sua palestra, a presidente da AMIF lembrou que o crescimento do setor não depende apenas de iniciativas do governo, mas, também, dos fornecedores, investidores e dos próprios produtores florestais, que precisam manter investimentos contínuos em pesquisa, desenvolvimento e em práticas de manejo sustentável, a fim de oferecer madeira de qualidade, que atestem a origem e a sustentabilidade de toda a cadeia de valor.
A base florestal plantada de Minas Gerais ultrapassou a marca de dois milhões de hectares, de acordo com o levantamento por sensoriamento remoto realizado por um importante parceiro da AMIF, reforçando a posição do estado como maior detentor do plantio de florestas do país e enfatizando o compromisso da indústria regional com a conservação ambiental e o autossustento. Outro dado importante coloca a indústria mineira de árvores plantadas em evidência no cenário global: Minas Gerais é líder mundial de produção e consumo de carvão vegetal proveniente dessas florestas.